sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Carinho de mãe ajuda na vida adulta

 
 
Um estudo feito nos Estados Unidos indica que pessoas que recebem carinho em abundância de suas mães quando bebês são mais capazes de lidar com as pressões da vida adulta. A pesquisa, divulgada pela publicação científica Journal of Epidemiology and Community Health, foi feita com 482 moradores do Estado americano de Rhode Island (nordeste do país) que foram avaliados quando crianças e na vida adulta.

Os cientistas disseram que os abraços, beijos e declarações de afeto da mãe aparentemente têm efeito em longo prazo e tendem a gerar um vínculo sólido com o bebê, contribuindo para a saúde emocional das pessoas. Segundo os pesquisadores, o vínculo sólido entre mãe e bebê não apenas diminui o estresse da criança como também a ajuda a desenvolver recursos que a auxiliarão em suas interações sociais e na vida de maneira geral.

Como parte do estudo, psicólogos avaliaram a qualidade das interações entre mães e seus bebês de oito meses durante uma consulta de rotina. O psicólogo analisou quão bem a mãe respondia às emoções e necessidades da criança, atribuindo uma "nota de afeição" à mãe baseada nas características da interação. Segundo a pesquisa, de um total de 482 casos, uma em cada dez mães apresentou níveis baixos de afeição em relação ao bebê. A maioria (85%, ou 409 mães) demonstrou níveis normais de afeição, e 6% (27) mostraram níveis bastante altos.

Trinta anos mais tarde, os pesquisadores entraram em contato com as crianças, agora adultos, e as convidaram a participar de uma pesquisa sobre seu bem-estar e emoções. Eles preencheram questionários que incluíam perguntas sobre sintomas específicos, como ansiedade e hostilidade, e também sobre níveis gerais de estresse.

Também foi perguntado aos participantes se eles achavam que suas mães tinham lhes dado afeto, com respostas variando entre "concordo enfaticamente" e "discordo enfaticamente". Ao analisar os dados, os pesquisadores verificaram que as crianças cujas mães se mostraram mais afetuosas aos oito meses de idade apresentavam os menores índices de ansiedade, hostilidade e perturbação geral.

A equipe de pesquisadores concluiu que crianças que receberam grandes doses de afeição das mães se revelaram mais capazes de lidar com todos os tipos de estresse. Em particular, participantes cujas mães eram calorosas pareceram lidar melhor com a ansiedade do que os que tinham mães frias. "É surpreendente que uma observação rápida do calor maternal na infância esteja associada com perturbações nos filhos 30 anos mais tarde", disseram os autores do estudo. A equipe acrescenta, no entanto, que a influência de outros fatores, como personalidade, criação e escolaridade.

Especialistas ressaltam, no entanto, que é importante saber quando parar: o excesso de afeto maternal, especialmente se a criança já está mais crescida, pode ser perturbador e embaraçoso para ela.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Primeiro dia de aula

 
Algumas crianças se adaptam super bem à escola, adoram freqüentá-la desde o início. Outras, porém, não se adaptam tão facilmente. Segundo a especialista em educação infantil Gisela Wajskop, é comum e completamente normal que as crianças se sintam inseguras e com medo ao começar a freqüentar a escolhinha ou a creche, nem todas conseguem lidar sem problemas com essa separação e mudança de rotina.

Décadas atrás, as crianças entravam mais tarde na escola, aos cinco ou seis anos, e a separação entre a mãe e o bebê era feita de forma mais lenta. "Hoje em dia, a quebra é muito rápida. Os pais até se sentem culpados por não poder passar mais tempo com o bebê", conta Wajskop.

Algumas dicas podem facilitar essa separação, tanto para os pequenos quanto para os pais: O primeiro passo para a família ficar mais segura é escolher bem a escola. Gisele sugere que os pais não façam a opção só pela racionalidade: "Não adianta escolher uma escola bilíngüe, mas com uma equipe na qual a mãe não confia". Além de se sentirem bem atendidos e acolhidos, os pais precisam concordar com a proposta pedagógica e as regras da escola. "A criança percebe se o pai critica a escola o tempo todo", avisa.

Depois de escolhida a escola, vem um período de adaptação, tanto para as crianças quanto para os pais. Antes do primeiro dia, as escolas costumam fazer uma entrevista com os pais, para saber mais sobre a criança. Coordenadores pedagógicos recomendam que eles digam o que o filho está acostumado a comer, qual o horário de sono, questões médicas e qualquer outra particularidade. 

Nos primeiros dias dos pequenos, muitas escolhinhas e creches pedem que os pais ou outro adulto de referência permaneçam na instituição. "O abandono é traumático. Não existe mais aquela história de deixar a criança no portão da escola e sair correndo. Com o período de adaptação, também não tem choradeira", diz Wajskop.  Aos poucos, a confiança dos pais e do bebê na escola vai aumentando. Para isso, os especialistas recomendam que a parceria seja incrementada com muita conversa. Pais precisam ouvir a escola e vice-versa.